Inteligência Conjugal

terça-feira, 7 de agosto de 2012




Só o amor romântico não é suficiente!
“Você quer ter razão ou ser feliz?”
Minha esposa Rousemary estava aconselhando uma amiga que estava vivendo um grande conflito no casamento. No meio do aconselhamento, ela fez uma pergunta àquela jovem esposa: Você quer ter razão ou ser feliz? A resposta a esta pergunta sempre vai revelar se você está agindo e reagindo com inteligência conjugal. Aqueles que preferem sempre ter razão, dificilmente serão felizes. A convivência conjugal exige que o casal tenha sensibilidade e discernimento para fazer a melhor escolha.
Outra contradição no casamento é a ideia que de o amor-romântico é tudo para o sucesso de um relacionamento. Infelizmente, muitos se casam pensando que este é o amor que dará sustentação a uma vida conjugal equilibrada, harmoniosa e feliz. Pode até ser que na primeira fase, que é a da idealização, onde não se vê o real, mas sim àquilo que foi sonhado, projetado e idealizado, este tipo de amor-sonho seja a base. Porém, quando os dois forem “caindo na real” e os defeitos forem aparecendo e o “anjo” ganhar a forma de “ser-humano” com todas as imperfeições, traumas e limitações, o “amor-romântico” deixará de ser suficiente.
Quando acaba a fase do amor-sonho e o casal começa a experimentar o amor-realidade, na maioria das vezes os dois brigam não por falta de amor, mas por falta de inteligência conjugal. Até para ser feliz é preciso ser inteligente! Há um texto na carta do apóstolo Paulo escrita aos Efésios, que expressa a importância de compreender esse princípio:
“Maridos, ame cada um a sua mulher, assim como Cristo amou a igreja e entregou-se por ela (v.25) para santificá-la, tendo-a purificado pelo lavar da água mediante a palavra, (v.26) e para apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha nem ruga ou (v.27) coisa semelhante, mas santa e inculpável”.
O que o apóstolo está querendo nos ensinar, é: todas as vezes que o marido investe na sua esposa, o mais beneficiado é ele mesmo. “…para apresentar a si mesmo como igreja(esposa) gloriosa…” isso é inteligência conjugal. Se esta não for a visão que orienta a vida dos dois, a competição passa a existir, impedindo que eles sejam “aliados íntimos” contra os inimigos do casamento, que não são poucos.
“Você quer ter razão ou ser feliz?” Não são poucos os casais que, por causa da inflexibilidade, gastam uma fortuna com aquilo que não vale uma moeda de centavos de reais. É a “mania” de querer sempre ter razão, mesmo que isto aprofunde a crise, gere mágoas, levante um muro de resistência, provocando um distanciamento cada vez maior entre os dois. A humildade é uma das virtudes quando há inteligência conjugal. Na convivência a dois é necessário algumas vezes ele (a) “perder” para que os dois possam ganhar. Estruturas rígidas quebram com facilidade. As árvores que suportam as grandes tempestades e não se quebram, são as flexíveis. Quando o homem e a mulher atingem esse nível de maturidade, vivendo com flexibilidade, é porque definitivamente entenderam que inteligência conjugal mais amor maduro gera a verdadeira felicidade.
É importante compreender que para ser feliz, você não precisa se anular, tornando-se um “boneco” sem o direito de sugerir, opinar, contrariar, participar etc. O casamento não pode provocar a morte do “eu” nem da “individualidade” de cada cônjuge. É extremamente preocupante quando ouço alguém dizendo: “Estou casado ou casada há trinta anos e nunca brigamos, discutimos ou gritamos um com o outro!” Se isso for verdade, é porque os dois não se amam, ou estão juntos mas nunca compreenderam o que é casamento. Só quem deseja o melhor para o outro é que reclama, critica, cobra, aponta as áreas que precisam melhorar. Quem um dia ou outro não acorda mal humorado, irritado, estressado ou perturbado com alguma situação que lhe foge ao controle. Onde não há preocupação com o outro, não há brigas, discussões, porque impera a indiferença, que é a maior demonstração de falta de amor maduro e de inteligência conjugal.
É bom “brigar – construtivamente” para se ter razão, quando o que está em jogo é a estabilidade da relação, o futuro da família, o equilíbrio financeiro, a vida espiritual do cônjuge e a felicidade do casal. Quando a causa da “batalha travada” é algo banal, pequeno no seu valor e importância, todo tempo e energia que se gasta é um desperdício tolo, aí, não vale a pena ter razão, é preferível ser feliz.
Pr. Josué Gonçalves
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