Um chamado à restauração

sexta-feira, 19 de setembro de 2014


Referência: Malaquias 3.6-12

INTRODUÇÃO

1. Uma audiência conciliatória

No parágrafo anterior, o povo colocou Deus no banco dos réus. Agora, Deus é quem está chamando o povo para um tempo de restauração.

A reconciliação é obra de Deus. Tudo começa com ele.

2. Os termos da conciliação

O Deus da aliança, chama seu povo amado, porém, muitas vezes, rebelde para uma volta que toca o coração e bolso. Uma volta espiritual e uma volta que tange o aspecto financeiro.

Quem converte o coração, também converte o bolso.

3. A necessidade da conciliação

Se o povo voltar-se para Deus, ele se voltará para o povo. O pecado faz separação. Se o povo for fiel na devolução dos dízimos, em vez de maldição, o povo terá as janelas dos céus abertas. A escola é entre bênção e maldição.

I. A RESTAURAÇÃO ESTÁ FUNDAMENTADA NO CARÁTER IMUTÁVEL DE DEUS – v. 6

1. Deus é imutável em seu ser

Deus é o mesmo sempre. Ele não tem começo nem fim. Ele é o mesmo ontem, hoje e o será para sempre. Nele não há sombra de variação.

Deus não tem picos de crise. Seu amor por nós não passa por baixas.

2. Deus é imutável em relação à sua aliança conosco

Deus é leal ao compromisso que assume.

Embora, como filhos de Jacó, parecemos com ele, somos inconstantes, Deus permanece fiel. Mesmo quando somos infiéis, Deus permanece fiel (2 Tm 2:13). Ele prometeu ser o nosso Deus para sempre. Ele prometeu nunca nos abandonar. Ele nos disciplina, ele nos corrige, mas jamais vai nos destruir.

3. A imutabilidade de Deus é a nossa segurança

A causa de não sermos destruídos é a imutabilidade divina. Se Deus nos tratasse segundos os nossos pecados, estaríamos arruinados.

II. A RESTAURAÇÃO ESTÁ DISPONÍVEL MEDIANTE UM CONVITE GRACIOSO DE DEUS – v. 7

1. A paciência perseverante do restaurador

“Desde os dias de vossos pais, vos desviastes dos meus estatutos e não os guardastes”.

A geração de Malaquias estava no mesmo curso de desvio e desobediência dos seus pais. Mas Deus não desiste do seu povo. Deus não abre mão do seu povo. Ele o chama à restauração apesar de tantos anos de apostasia e rebeldia.

2. O profundo anseio do restaurador

“tornai-vos para mim…”.

Deus não quer apenas uma volta a determinados ritos sagrados, à uma religiosidade formal. Ele quer comunhão. Ele quer relacionamento. Tornai-vos para mim. O cristianismo é uma pessoa. É um relacionamento vivo com o Deus vivo.

3. A dinâmica relacional do restaurador

“e eu me tornarei para vós outros, diz o Senhor dos Exércitos”.

Quando nos voltamos para Deus, o Deus da aliança, encontramos sempre os seus braços abertos, o beijo do perdão, e a festa da reconciliação.

Deus procura adoradores e não adoração. Deus quer a nós, mais do que o nosso culto, o nosso serviço.

Antes de Deus requerer o dízimo, ele requer o coração. Antes de Deus ordenar para trazer os dízimos, Deus ordena para trazer a vida.

4. A insensibilidade espiritual dos que são chamados à restauração

“mas vós dizeis: em que havemos de tornar?”

Pior do que o pecado, é a insensibilidade a ele. Pior do que a transgressão, é a falta de consciência dela. A cauterização, o anestesiamento da consciência é um estágio mais avançado da decadência espiritual.

III. A RESTAURAÇÃO PASSA PELA FIDELIDADE NA DEVOLUÇÃO DOS DÍZIMOS – v. 8-10

1. O dízimo é um princípio estabelecido pelo próprio Deus

A palavra dízimo significa 10%.

O dízimo não é invenção da igreja, é princípio perpétuo estabelecido por Deus. O dízimo não é dar dinheiro à igreja, é ato de adoração ao Senhor.

O dízimo não é opcional, é mandamento; não é oferta, é dívida; não é sobra, é primícia.

O dízimo é ensinado em toda a Bíblia: antes da lei (Gn 14.20), na lei (Lv 27.30), nos livros históricos (Ne 12.44), poéticos (Pv 3.9,10), proféticos (Ml 3.8-12) e também no Novo Testamento (Mt 23.23; Hb 7.8).

2. Desculpas descabidas quanto a dízimo

a) Justificativa teológica – O dízimo é da lei. Sim, o dízimo é da lei, é antes da lei e depois da lei. Ele existiu no sacerdócio de Melquisedeque, no sacerdócio levítico e no sacerdócio de Cristo. A graça vai sempre além da lei (Mt 23.23). Se a lei nos isenta do dízimo, então, também nos isenta da justiça, misericórdia e fé.

b) Justificativa financeira – “O que eu ganho não sobra”. Dízimo não é sobra, é primícia. Deus não é Deus de sobra, de resto. “Honra ao Senhor com as primícias da tua renda…” (Pv 3.9). Se não formos fiéis, Deus não deixa sobrar. Ageu diz que o infiel recebe salário e o coloca num saco furado. Vaza tudo. Foge entre os dedos (Ag 1.6).

c) Justificativa matemática – “Eu não entrego o dízimo, porque tem crente que não é dizimista que prospera e tem crente dizimista pobre”. Dízimo não é barganha. Se o seu coração está no dinheiro, você ainda precisa ser convertido.

d) Justificativa sentimental – “Eu não sinto que devo entregar o dízimo”. O crente vive pela fé e fé na Palavra. Não posso chegar diante do gerente e dizer que não sinto vontade de pagar a dívida no banco.

e) Justificativa da consciência – “Eu não sou dizimista, mas dou oferta”. Dízimo é dívida, oferta é presente. Primeiro você paga a dívida, depois você dá presente.

f) Justificativa política – “A igreja não administra bem o dízimo”. Deus mandou que eu trouxesse todos os dízimos, mas não me nomeou fiscal do dízimo. Eu não sou juiz. Minha obediência não é condicional. Quem administra o dízimo vai prestar contas a Deus.

3. Pecados graves quanto ao dízimo

a) Reter o dízimo (v.8) – Eles estavam roubando a Deus: 1) trazendo ofertas indignas (1:13); 2) oprimindo os pobres (3:5); 3) retendo os dízimos (3:8). A palavra roubar = tomar à força. Significa um assalto intencional, planejado, ostensivo. A única vez que esse verbo aparece novamente é em Provérbios 22:23 para descrever o despojamento do pobre. Reter o dízimo santo ao Senhor é uma insensatez. Tentar defraudar a Deus é defraudar a si mesmo. 1) Tudo que temos pertence a Deus – nossa vida, família e bens; 2) Deus é o criador, provedor e protetor; 3) Reter o dízimo é colocar o salário num saco furado; 4) Reter mais do que é justo é pura perda; 5) Reter o dízimo é amar o dinheiro; 6) Reter o dízimo é desconfiar da providência; 7) Reter o dízimo é roubar a Deus; 8) Reter o dízimo é desamparar a casa de Deus. Leia Dt 26:14.

b) Subtrair o dízimo (v.10) – A Bíblia ordena: “Trazei TODOS os dízimos”. Deus viu Ananias e Safira escondendo parte da oferta e os puniu por isso. Podemos nós enganar àquele que tudo vê? O dízimo é sustento da Casa de Deus. Os levitas e os sacerdotes viviam dos dízimos. Os pobres eram amparados com os dízimos (Dt 14:28).

c) Administrar o dízimo (v. 10) – A Bíblia ensina: “Trazei todos os dízimos à CASA DO TESOURO”. Não temos o direito de mudar uma ordem do Senhor (Dt 12:11). Não somos chamados a administrar o dízimo nem sermos juizes dele, mas a devolvê-lo ao seu dono. Exemplo: Tem gente que frequenta uma igreja e entrega o dízimo noutra: como no Bob’s e paga no McDonalds.

d) Subestimar o dízimo (v.8) – Eles perguntavam: “Em que te roubamos?” Eles pensavam que o dízimo era um assunto lateral, sem importância.

4. Perigos sérios quanto à negligência do dízimo

a) Maldição divina (v.9) – “Com maldição sois amaldiçoados” (Ml 3:9). A desobediência sempre desemboca em maldição. Insurgir-se contra Deus e violar as suas leis traz maldição inevitável. Deus é santo e não premia a infidelidade. Ele vela pela sua Palavra para a cumprir. Deus é fogo consumidor e terrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo. É tempo da igreja arrepender-se do seu pecado de infidelidade quanto ao dízimo. Sonegar o dízimo é desamparar a casa de Deus. Sonegar o dízimo é deixar de ser cooperador com Deus na implantação do seu Reino.

b) Devastação do devorador (v.11) – “Por vossa causa repreenderei o devorador”. O devorador pode ser tudo aquilo que subtrai nossos bens, que conspira contra o nosso orçamento e que mina as nossas finanças. O profeta Ageu alertou sobre as conseqüências da infidelidade, dizendo que é o mesmo que receber salário e colocá-lo num saco furado (Ag 1.6). Quando retemos fraudulentamente o que é de Deus, o devorador come o que deveríamos entregar no altar do Senhor.

IV. A RESTAURAÇÃO TRAZ BÊNÇÃOS SINGULARES DE DEUS – v. 10-12

1. Janelas abertas do céu – v. 10

É lá do alto que procede toda boa dádiva. Deus promete derramar sobre os fiéis torrentes caudalosas das suas bênçãos. É bênção sem medida. É abundância. É fartura. Mais vale 90% com a bênção do Senhor do que 100% sob a sua maldição.

Janelas abertas falam não apenas de bênçãos materiais, mas de toda sorte de bênção espiritual.

Evitar dois extremos: a teolgia da prosperidade e a teologia da miséria.

2. Bênção sem medida – v. 10

A bênção de Deus enriquece e com ela não traz desgosto. A Bíblia diz que o plantamos, isso também colhemos. Mas colhemos sempre mais do que plantamos. “Quem semeia com fartura, com abundância ceifará”.

A promessa de Deus é: “Daí e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos darão; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também” (Lc 6:38).

Deus promete literalmente fazer prosperar a quem dá com liberalidade (2 Co 9:6-11): “A quem dá liberalmente, ainda se lhe acrescentam mais e mais; ao que retém mais do que é justo, ser-lhe-á em pura perda. A alma generosa prosperará, e quem dá a beber será dessedentado” (Pv 11:24,25).

3. O devorador repreendido – v. 12

Deus não age apenas ativamente derramando bênçãos extraordinárias, mas também inibe, proíbe e impede a ação do devorador na vida daqueles que lhe são fiéis.

Alguém, talvez, possa objetar dizendo que há muitos crentes não dizimistas que são prósperos financeiramente, enquanto há dizimistas que enfrentam dificuldades econômicas. Contudo a riqueza sem fidelidade pode ser maldição e não bênção. Também, as bênçãos decorrentes da obediência não são apenas materiais, mas toda sorte de bênção espiritual em Cristo Jesus.

O apóstolo Paulo diz que grande fonte de lucro é a piedade com contentamento, enquanto afirma que os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição (1 Tm 6.6,9).

A maldição do devorador se quebra enfiando a mão no bolso e devolvendo a Deus o que lhe é santo.

4. Uma vida feliz – v. 12

Há grande alegria na obediência a Deus. Quando a igreja é fiel, a casa de Deus é suprida, a obra de Deus cresce, o testemunho da igreja resplandece, os povos conhecem ao Senhor e a glória de Deus resplandece entre as nações.

CONCLUSÃO

1. Deus chama o seu povo a fazer uma prova dele

O Senhor nos exorta a fazer prova dele quanto a esta matéria (Ml 3.10). Deus não quer obediência cega, mas fidelidade com entendimento. O que você vai escolher: bênção ou maldição?

Se o povo de Deus trouxer os dízimos à Casa do Tesouro na terra, Deus abrirá os seus tesouros no céu.

2. Deus propõe ao seu povo a bênção ou a maldição

Que caminho vamos escolher? Que decisão tomar? Ele nos exorta a escolher o caminho da bênção, da vida!

Rev. Hernandes Dias Lopes

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